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A incongruência da geringonça

De Pedro PerestrelloO Ministro das Finanças, Mário Centeno, veio admitir a subida dos impostos indirectos para compensar a descida dos directos.

Pretendem estimular a economia através do aumento da procura interna, diminuindo a carga fiscal sobre os rendimentos das famílias. Desta forma, elas irão ter mais dinheiro disponível e por isso gastar mais. Assim, o PIB aumenta diminuindo o nosso rácio de endividamento, quer por via do aumento do PIB, quer por via do aumento da receita que cresce com o mesmo.

A teoria, típica da Esquerda, até poderia ter alguma lógica, não estivéssemos nós numa economia totalmente aberta e dependente do exterior para nos vender quase tudo. Neste caso, estimula mais a economia dos outros (a dos fabricantes), do que a nossa.

Além disso, ao aumentar os impostos indirectos está a ser totalmente incongruente, senão vejamos.

Para o plano do governo funcionar, o mais importante é que exista crescimento, mas ao aumentar os impostos indirectos está a travá-lo pelas seguintes vias:

  1. Aumenta os impostos sobre o crédito; típica medida para travar o crescimento; as famílias pedem menos dinheiro emprestado para consumir, pois este fica mais caro, travando, assim, o consumo e por consequência, o crescimento.
  2. Aumenta o ISP; se os combustíveis aumentam por via dos impostos, tudo na economia aumenta, todas as empresas necessitam de combustíveis para trabalhar, os produtos têm de ser transportados, os prestadores de serviços têm de se deslocar, e, esse aumento, com o tempo, é reflectido nos preços terminando por ser o consumidor a pagar a factura, anulando assim, parte do efeito pretendido com a diminuição dos impostos directos.
  3. Aumenta o ISV; tem o mesmo efeito do ISP pelas mesmas razões.
  4. Aumenta ainda o imposto sobre o tabaco e as bebidas alcoólicas; produtos que já têm uma carga fiscal obscena e que como têm uma elasticidade quase nula, (ou seja, a procura pouco varia com o aumento de preço) mais uma vez, as famílias vão pagar essa subida, anulando parte do efeito pretendido com a diminuição dos impostos directos.

Aparentemente, o governo «dá com uma mão para tirar com a outra», diminui os impostos directos para as pessoas acharem que têm mais dinheiro; a seguir tira esse mesmo dinheiro através dos impostos indirectos e quer que a economia cresça por via do crescimento da procura. Isto não faz sentido nenhum!

O PNR propõe apostar na produção nacional, não no consumo de produtos produzidos no estrangeiro!

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