Novela da CGD – II

Depois de vários episódios em torno da entrega da declaração de rendimentos, pelos administradores da CGD, seguiu-se a demissão de grande parte da administração.

Não tremeu o governo da geringonça e rapidamente apresentou um novo testa-de-ferro para dirigir os destinos do banco público.

Alguns ficaram espantados com a escolha de Paulo Macedo, outros ficaram convencidos que era uma operação de charme ou de prova que este governo nomeia pela competência e não pelo cartão partidário.

Nós não temos dúvidas que, sendo Paulo Macedo um homem do Grupo Bilderberg, a encomenda tenha sido feita pelos agiotas da alta finança, sabendo que tinham a aprovação de Bruxelas.

Estranhamos é que PCP e BE, que tanta tinta gastaram, tanto folclore mediático fizeram, quando Paulo Macedo passou pelos Ministérios das Finanças e da Saúde do Governo PSD/CDS, estejam agora calados ou esbocem apenas ténues protestos. PCP e BE são hoje, quais prostitutas ao serviço do PS, mantendo-lhe o apoio e legitimando erros que, mais tarde ou mais cedo, todos iremos pagar.

Paulo Macedo vai ser o feitor do PS na CGD; ainda não sabemos se para a desmantelar ou para lhe dar o golpe de misericórdia que possibilite a sua venda a privados, numa negociata tipo BANIF, em que o capital da esfera socialista será o beneficiado.

Entretanto, já ficámos a saber que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) prepara-se para suportar uma taxa de juro próxima de 10%, pelo financiamento privado de €1000 milhões prevista na operação de reforço de capital. A primeira emissão, de metade do valor (€500 milhões), avançará no início de 2017. O valor remanescente não tem ainda data definitiva.

A recapitalização da CGD irá consumir cinco mil milhões. Representa toda a colecta de impostos de rendimento sobre empresas em 2017; quinhentos euros por cada português. Sem motivo visível, a sua justificação assenta em razões ocultas, dado que basta consultar os documentos oficias da CGD, para perceber que se trata de uma mentira dos políticos do sistema, que à força de a repetirem querem transformá-la numa verdade.

Estamos, pois, perante um esquema bem montado para beneficiar não sabemos quem; será certamente alguém com ligações aos gangues secretos, nos quais esta gente milita.