Download Free FREE High-quality Joomla! Designs • Premium Joomla 3 Templates BIGtheme.net
Home / Comunicados / O equívoco da greve dos camionistas

O equívoco da greve dos camionistas

Depois do plenário de ontem, terminou hoje a greve dos motoristas de matérias perigosas, que se tinha iniciado no dia 12, mas o problema não está resolvido. Eles têm toda a razão em reclamar condições dignas de trabalho. As empresas que os empregam têm razão, também, ao não poder satisfazê-las, dadas as escassas margens de lucro de que dispõem. Alguns dirigentes políticos tomam as dores dos motoristas, num claro aproveitamento político, condenando inclusivamente a requisição civil – única opção possível por parte do governo, para salvaguardar os interesses de Portugal e dos portugueses – e com o discernimento toldado pela corrida aos votos de certos grupos, perdem o sentido de estado. Em sentido contrário, é de notar o silêncio absoluto dos sindicatos agitadores do costume, uma vez que não são tidos nem achados nesta greve. Esta luta passa completamente ao lado dos comunistas de CGTP.

Esta greve deve ser analisada, pois, sem oportunismos, sem demagogia e sempre com os interesses nacionais acima dos interesses individuais, de um grupo ou classe.

O que está em causa, por parte dos camionistas, é o facto de na folha de vencimento o ordenado que realmente conta para a reforma ser a miséria de cerca de 630.00€. Pelo lado dos “patrões”, é a tentativa de “fugir” de forma legal à elevada carga fiscal sobre o trabalho. O governo, como mero espectador, vai buscar mais de 60% em imposto sobre o litro de combustível, somando a isso a elevada carga fiscal que impõe ao trabalhador, em sede de IRS, e às empresas, em sede de IRC. Também as empresas refinadoras ficam com uma grande fatia do negócio e as empresas transportadoras, que são o parente pobre no sector, naturalmente, para tentar sobreviver e se manter competitivas, optam por estratégias previstas na lei por forma a reduzir os encargos fixos em termos de impostos.

O nosso governo, ostenta um aspecto de “sério”, mediador e cumpridor, enquanto as partes em litígio se digladiam pelas migalhas, quando a grande parte dos proveitos não seus e é ele o principal responsável pelo conflito. Depois das negociações, quem irá lucrar com tudo isto será a sua muito eficiente máquina fiscal. Os trabalhadores, ao declarem tudo como querem, verão o seu ordenado mingar no final do mês devido à carga fiscal que incide sobre os seus rendimentos, e o patronato terá de fazer muito bem as contas para conseguir sobreviver e ser competitivo…

Qual é então a nossa solução? ANTRAM e camionistas, em vez de se escolherem mutuamente como alvo, deviam unir-se numa luta comum contra o verdadeiro inimigo: a elevada carga fiscal! É a política fiscal que amordaça um e outro dos lados litigantes. Esta greve nasce de um erro porque, mais uma vez, apontam-se as baterias para o alvo mais fraco, errado, e gera-se um conflito inútil e divisionista, deixando de lado o real foco do problema, ou seja, a elevada carga fiscal imposta pelos sucessivos governos.

O país precisa de empresas para criar trabalho e riqueza e estas precisam de trabalhadores dedicados, com salários condignos, e que “vistam a camisola”. Sim, é preciso melhorar os salários de muitos dos nossos trabalhadores, mas também, e mesmo para isso, é preciso baixar-se os impostos, tirar a corda da garganta de micro, pequenos e médios empresários, bem como das famílias, e assim reanimar-se a economia.

Veja também

10 de Junho no Camões

Algumas dezenas de pessoas juntaram-se aos festejos do 10 de Junho, levados a cabo pelo …